Na contramão da pandemia, Aparecida tem abertura recorde de pequenos negócios

Por Allan David

27 de agosto de 2020

Por Allan David

27 de agosto de 2020


Foto: Enio Medeiros

Número de MEIs formalizados na cidade cresceu 6,55% de abril a junho, com 1.707 novos empreendedores; é o melhor resultado do 2º trimestre dos últimos três anos

Aparecida encerrou o 2º trimestre de 2020 com crescimento recorde na abertura de empresas do tipo MEI (microempreendedor individual). De abril a junho, a cidade teve mais 1.707 pequenos negócios formalizados, uma alta de 6,55% em relação ao 1º trimestre. É o melhor resultado alcançado nesse período nos últimos três anos.

Os dados são do Portal do Empreendedor, mantido pelo governo federal. O site aponta que Aparecida já havia expandido sua base de microempreendedores individuais no 2º trimestre de 2019 (6,28%) e 2018 (5,12%). Mas o município superou os dois índices neste ano, e contrariando o cenário de incerteza provocado pela pandemia de covid-19.

Com a elevação de 6,55% no registro de novos MEIs, Aparecida supera os resultados também de Goiânia (5,00%), Anápolis (4,83%), Catalão (3,47%) e Rio Verde (4,66%) no tocante à formalização de microempreendedores individuais de abril a junho deste ano. Aparecida e essas cidades formam o bloco das cinco maiores economias de Goiás.

Para o secretário da Fazenda de Aparecida, André Luis Rosa, a criação de novos MEIs, neste momento de pandemia, é impulsionada pela atitude das pessoas em buscar alternativas para superar o desemprego e a consequente queda na renda familiar.

André Rosa enfatiza que Aparecida foi um dos primeiros municípios do estado a autorizar, a partir de abril, a retomada das atividades econômicas após o fechamento do comércio como medida de prevenção ao contágio da covid-19. “Isso criou uma perspectiva de geração de renda a essa população de novos microempreendedores individuais”, salienta o secretário da Fazenda.

E foi apostando nas vendas de capinhas e acessórios para celular que o estudante Douglas Pires, de 24 anos, resolveu abrir sua própria empresa, a Dream Cases, em junho deste ano. Ele conta que tomou essa decisão após ser dispensado da farmácia onde trabalhava havia quatro anos. 

Até então, Douglas vendia os acessórios para complementar a renda, mas o desemprego o impulsionou a formalizar o negócio como MEI. Hoje, sua loja no setor Village Garavelo, em Aparecida, é o principal ganha-pão tanto dele quanto de sua sócia, a estudante Brunna Sousa, de 24 anos, namorada de Douglas. Ela também ficou desempregada durante esta pandemia.

“Nós estamos muito animados com o desenvolvimento da empresa. Nesses quatro meses, o nosso faturamento aumentou 70% e, hoje, já temos cerca de 150 clientes fixos”, diz Douglas.

Ele acrescenta que, apesar do atendimento físico, na loja, a maior parte das vendas (70%) decorre de pedidos feitos pelas redes sociais, onde os produtos já eram ofertados há cerca de um ano, mesmo antes de o negócio ser formalizado. Com as boas vendas que a loja tem feito, Douglas já está formalizando a mudança no porte da empresa de MEI para microempresa.

Brunna Sousa e Douglas Pires: desemprego superado com abertura de empresa própria – Foto: Enio Medeiros

Agilidade e autonomia

O boletim Mapa de Empresas, divulgado pelo Ministério da Economia, mostra que no 1º quadrimestre de 2020 Goiás foi o 3º estado mais ágil para abertura de empresas. De janeiro a abril, o tempo médio para registro de uma empresa em Goiás foi de 1 dia e 12 horas, atrás apenas do Distrito Federal (1 dia e 1 hora) e do Amapá (1 dia e 9 horas).

A agilidade na abertura de empresas é outro argumento que o secretário da Fazenda de Aparecida, André Rosa, defende para explicar o número crescente de novos MEIs registrados na cidade. “O processo de abertura de uma empresa hoje em Aparecida é todo automatizado. A pessoa consegue abrir uma empresa, emitir suas taxas e juntar toda sua documentação de forma eletrônica, com muita agilidade e sem burocracia”, acrescenta André.

Fomento ao empreendedorismo

Além dos MEIs, o panorama da abertura de empresas em geral em Goiás neste 2º trimestre também coloca Aparecida em evidência. Segundo a Junta Comercial do Estado de Goiás (Juceg), Aparecida foi escolhida como cidade-sede por 5,03% das 5.226 novas empresas abertas em Goiás de abril a junho deste ano.

Na avaliação do diretor de Fomento ao Empreendedorismo da Casa do Empreendedor de Aparecida, Abel Brito, a escolha dos novos empresários por Aparecida se dá, em larga medida, pelo suporte oferecido na cidade ao segmento empresarial.

Em março deste ano, por exemplo, logo após a declaração de pandemia de covid-19, a Prefeitura de Aparecida decidiu prorrogar por 90 dias o vencimento do Imposto Sobre Serviços (ISS). A medida, segundo a administração municipal, buscou atenuar os impactos econômicos da pandemia na indústria e comércio locais, afetados pelas medidas de controle da doença.

“E nós temos a Casa do Empreendedor, que dá suporte ao microempreendedor da nossa cidade, e que tem trabalhado a todo vapor, mesmo durante a pandemia, com orientações, palestras e cursos online em parceria com o Sebrae”, cita Abel Brito. Ele acredita que esse trabalho tem impactado diretamente no aumento dos índices de formalização de novos MEIs.

O atendimento presencial na Casa do Empreendedor de Aparecida é feito de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h30, na Avenida Independência, quadra 02, lote 03, setor Cidade Livre.

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