SMS coleta plasma sanguíneo de pacientes recuperados da Covid-19 para tratamento de outros pacientes graves

Por Polliana Martins e Camila Godoy

29 de maio de 2020

Por Polliana Martins e Camila Godoy

29 de maio de 2020


Foto: Wigor Vieira

A Prefeitura de Aparecida de Goiânia começou a coletar nesta semana amostras sanguíneas de indivíduos já recuperados da Covid-19 para utilizar no tratamento de pacientes graves. Pessoas com o perfil necessário e que já tenham anticorpos contra o novo Coronavírus são selecionadas para fazer a doação, que é voluntária. O material coletado fica armazenado em um banco de sangue e poderá auxiliar no tratamento de pacientes internados no Hospital Municipal (HMAP). O mecanismo consiste na transfusão do plasma convalescente de um indivíduo curado para um infectado com o objetivo de neutralizar o vírus.

“Pesquisadores de todo o mundo estão buscando estratégias seguras para enfrentar essa pandemia. Assim que soube da transfusão de plasma convalescente, já experimentada com certo sucesso em outros países, analisamos a viabilidade. Agora, nossos pacientes que já enfrentaram essa doença e saíram vitoriosos poderão ajudar a salvar outras vidas. Isso é muito importante e gratificante. Contamos com a colaboração de todos”, enfatiza o secretário de Saúde e coordenador do Comitê de Prevenção e Enfrentamento ao Coronavírus, Alessandro Magalhães.

O secretário salienta que estudos demonstram que a transfusão de plasma convalescente é uma técnica promissora no combate ao Coronavírus. “Com ela, vidas podem ser salvas porque há evidências científicas de atenuamento dos sintomas com diminuição da carga viral e, do tempo de ventilação mecânica e de internação na UTI”, ressalta. Ele explica também que a realização da coleta preenche uma série de requisitos de segurança típicos da doação de sangue comum.

Quem pode doar?

A coleta de material sanguíneo é realizada pela Prefeitura de Aparecida em parceria com Instituto de Hematologia de Goiânia (IHG). Apenas indivíduos entre 18 e 60 anos de idade, com mais de 50 kg de peso corporal e que não tenham doenças infecciosas transmissíveis através de transfusão e que estejam em bom estado de saúde após a recuperação da Covid-19 podem doar o material. Essas pessoas são acionadas pelo IHG que explica e organiza todo o procedimento.

“Diariamente recebemos da Secretaria de Saúde uma lista de pacientes curados da Covid-19 em Aparecida de Goiânia que tenham concordado com o nosso contato. Selecionamos aqueles que atendam ao perfil necessário e explicamos o mecanismo. Caso aceitem fazer a doação, iniciamos os procedimentos que se assemelham à doação de sangue normal. Coletamos amostras, realizamos uma série de exames, dosamos a quantidade de anticorpos necessários para ser transferido, e, por último, repetimos o PCR (exame de detecção do Coronavírus) para ver se não existe mais vírus circulante”, explica o médico hematologista e hemoterapeuta do IHG, Antônio César Teixeira.

Como é a doação?

Segundo o hematologista Antônio César, a doação de plasma é segura “como qualquer doação de sangue e o procedimento é feito sempre no período vespertino no IHG, na unidade do Setor Aeroporto, em Goiânia, em horário destinado somente às doações desse gênero. Os profissionais envolvidos são devidamente capacitados e paramentados e o doador não corre nenhum risco”, afirma. Ele esclarece que, depois de coletado, o plasma é imediatamente congelado a uma temperatura de -40ºC. “Com o material bem armazenado, aguardamos a prescrição por um profissional médico do HMAP que esteja atendendo um paciente grave com Covid-19. Quando ele avaliar que está na hora, somos avisados e vamos até o hospital fazer a transfusão do plasma”.

O paciente recuperado, Maxuel Aguiar da Silva, que é autônomo doou o plasma nesta quinta-feira, 29 no Instituto de Hemoterapia de Goiânia (IHG). Segundo ele, que se infectou no início de abril, a doação foi a oportunidade que ele encontrou para ajudar ao próximo. “Eu sempre senti na minha vida a vontade de ajudar as outras pessoas. E sempre que posso eu gosto de ajudar então vi nesta ocasião a oportunidade de ajudar e me senti apto”, contou ele que antes de sentir falta de ar e ser internado teve febre, tosse seca, perda do olfato e diarreia.

Procedimento testado em outras doenças

A terapia de doação de plasma convalescente é a mesma já utilizada em epidemias como as do Ebola e do H1N1 em vários países. O secretário de Saúde de Aparecida de Goiânia, Alessandro Magalhães, informa que a prática, que segue critérios estabelecidos pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), já foi testada mundialmente também para a epidemia de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), em 2003, com resultados positivos em muitos casos: “Não é uma técnica infalível, mas uma alternativa que não deve ser descartada e que pode ser usada, com acompanhamento profissional rigoroso, para tentar reduzir a gravidade da doença em pacientes que apresentam complicações severas”.

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