Aparecida amplia programa para identificação de variantes do novo coronavírus

Por Polliana Martins

15 de dezembro de 2021

Por Polliana Martins

15 de dezembro de 2021


Foto: Caudivino Antunes

Depois de detectar 2 casos da variante ômicron, Secretaria de Saúde aumenta a quantidade de amostras positivas da covid-19 analisadas para aprimorar o monitoramento da circulação viral. Infectologista da OPAS destaca exemplo de Aparecida em rede social

Após ter detectado, no último dia 12, a variante ômicron do novo coronavírus em duas moradoras de Aparecida que tiveram contato com um casal de missionários vindo de Luanda (África), a Secretaria de Saúde (SMS) ampliou o Programa de Sequenciamento Genômico, a maior estratégia do gênero já realizada em uma cidade brasileira segundo a plataforma internacional GISAID, entidade com banco de dados sobre genomas de vírus. Assim, todas as amostras com covid-19 coletadas a partir de 8 de dezembro – quando uma das moradoras testou positivo para a infecção – e que se enquadram nos critérios científicos serão sequenciadas.

“Em Aparecida, já fizemos mais de 405 mil testes RT-PCR padrão ouro internacional e essa testagem em massa nos permite realizar também um sequenciamento genômico mais abrangente, técnica que começamos a fazer em abril deste ano e que permite identificar a informação genética contida nas amostras dos exames. Investimos em ciência e estudamos as estratégias bem-sucedidas de enfrentamento à pandemia aplicadas mundo afora, daí nos tornamos o município goiano que mais testa e a cidade brasileira com o mais amplo sequenciamento. Já fizemos mais de 2.200 análises de conteúdo genético do vírus e agora vamos ampliar”, destaca o prefeito Gustavo Mendanha.

O secretário de Saúde Alessandro Magalhães ressalta que a testagem em massa contribui significativamente para salvar vidas e reduzir agravamentos de casos, além de respaldar as decisões do Comitê Municipal de Enfrentamento à covid-19 e monitorar a situação real da pandemia no município. “Somado à testagem, o sequenciamento genômico aprimora nossas estratégias permitindo a identificação precoce das variantes do novo coronavírus que circulam na cidade e a tomada de medidas sanitárias específicas”, enfatiza ele.

A diretora de Avaliação de Políticas de Saúde da SMS, Érika Lopes, responsável pelo Programa de Sequenciamento Genômico, explica que o número de sequenciamentos realizados é variável, dependendo do cenário epidemiológico e de fatores como o número total de casos positivos, a circulação de variantes de preocupação e o número de hospitalizações, dentre outros. “Já houve semanas nas quais analisamos cerca de 20 amostras e noutras chegamos a 111. Considerando o período compreendido entre 7 de novembro e 4 de dezembro, por exemplo, dentre 199 RT-PCR’s feitos pelo HLAGYN, o laboratório contratado, 74 amostras foram sequenciadas, o que representa 37,18% do total analisado”.

Critérios para o sequenciamento

Érika Lopes esclarece que o Programa de Sequenciamento analisa amostras colhidas em moradores durante a realização do RT-PCR que tenham uma carga viral mínima e com os seguintes critérios: pacientes com suspeita de reinfecção, pacientes de baixo risco que precisaram de internação e pacientes aleatórios agrupados por semana epidemiológica.

Reconhecimento científico nacional

No último 12 de dezembro, após a divulgação feita pelo prefeito Gustavo Mendanha nas redes sociais sobre a detecção dos dois casos da ômicron no município, o infectologista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Julio Croda, postou em seu perfil no Twitter que “Aparecida de Goiânia é um exemplo, faz vigilância e assistência com extrema qualidade. Quem procura acha”.

No dia seguinte, 13, novamente no Twitter, o infectologista, destacando uma postagem do prefeito Gustavo Mendanha, voltou ao tema: “Dois casos de Ômicron identificados em Aparecida de Goiânia. O prefeito optou por contratar e sequenciar as amostras de RT-PCR. Quem segue a ciência, colhe os frutos. Atualmente é a cidade com maior cobertura de sequenciamento no Brasil”.

Quem também se manifestou no Twitter foi o consultor nacional na Unidade Técnica de Vigilância, Preparação e Resposta a Emergências e Desastres da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/BR), o biólogo Rodrigo Frutuoso. Concordando com Julio Croda, ele afirmou: “Com certeza. Aparecida de Goiânia foi um dos locais que visitamos para conhecer as experiências e boas práticas nos eixos de vigilância e assistência para o enfrentamento da covid-19. Taí um município que é um belo exemplo”.

Onde e como testar

Na cidade, o RT-PCR é realizado no Centro de Especialidades e nas UBS’s Garavelo Park, Independência Mansões, Expansul, Tiradentes, Buriti Sereno, Pontal Sul e Chácara São Pedro mediante agendamento prévio pelo aplicativo Saúde Aparecida (O acesso à plataforma pode ser feito pelo site da Prefeitura de Aparecida, o aparecida.go.gov.br ), pelo telefone 0800-646-1590 ou por encaminhamento médico.

Nas UPA’s 24h e hospitais da cidade, o teste é feito em pacientes internados, como informa a superintendente de Vigilância em Saúde Daniela Ribeiro, que acrescenta: “Aparecida iniciou essa ampla testagem em abril de 2020, seguindo diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS). Já contabilizamos mais de 405 mil testes realizados numa cidade que tem mais de 600 mil habitantes (IBGE) e continuaremos buscando novas estratégias, testando, isolando, rastreando e monitorando as pessoas para proteger a população ”.

O CIEVS

O Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) de Aparecida também tem papel importante na estratégia de monitoramento à pandemia. O Centro funciona 24h por dia e atua também como elo de ligação com o Estado e o Ministério da Saúde (MS) no monitoramento dos casos de covid-19 e nos sistemas de informações, bem como na elaboração de alertas epidemiológicos, dentre outras atribuições.

A chefe do CIEVS de Aparecida, Giselle Caetano Souza, salienta que o órgão “investiga e faz um acompanhamento detalhado de novas variantes de preocupação identificadas pelo sequenciamento genômico. Nós analisamos duplicidades, corrigimos inconsistências, avaliamos os sistemas e supervisionamos os núcleos de vigilância hospitalar, trabalhamos no esforço conjunto da Saúde de Aparecida contra a pandemia e para salvar vidas.”

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