Crianças internadas no HMAP se divertem em terapia assistida com cavalos

Por Polliana Martins

13 de outubro de 2022

Por Polliana Martins

13 de outubro de 2022


Foto: Claudivino Antunes

Projeto foi inaugurado neste Dia das Crianças com a participação do Regimento de Cavalaria da Polícia Militar de Goiás. Os militares apoiaram o evento levando dois animais dóceis e treinados

Como parte da programação especial do Dia das Crianças para os pacientes internados na Pediatria, o Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia – Iris Rezende Machado (HMAP) recebeu dois cavalos do Regimento de Cavalaria da Polícia Militar de Goiás (PMGO). A visita dos animais nesta quarta, 12 de outubro, inaugurou o projeto Terapia Assistida com Cavalos, criado pela equipe multiprofissional do hospital, formada por médicos, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, dentre outros. A iniciativa foi acompanhada pelo time da Ativida Equoterapia, que, de forma voluntária, orienta o time do HMAP sobre como usar os animais para obter os melhores resultados de forma segura.

O time multiprofissional, coordenado por Gean Carlos Morais, e os pediatras, sob a batuta do médico Tadeu Renattini, selecionaram nove crianças e adolescentes internados, que puderam participar da terapia assistida com cavalos. A Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, sob o comando da infectologista Fernanda Torres, orientou toda a atividade de perto, desenvolvendo protocolos para a garantia da segurança dos pacientes. Os cavalos da PMGO, como não poderia deixar de ser, e estão sempre com os exames em dia.

Os trabalhos foram feitos das 7h30 às 10h30 no gramado do hospital, perto do heliponto, onde a meninada pôde fazer carinho, montar, cavalgar entre cones, brincar e dar cenouras para os bichos. Lá estavam membros da equipe do HMAP, alguns vestidos de princesas e príncipes, fadas e palhaços, além de parentes dos pacientes e a imprensa.

Cavalos terapeutas

Durante as atividades, os militares conduziram os cavalos e o terapeuta ocupacional Thiago Henrique de Andrade, dono da Ativida, orientou sobre as dinâmicas escolhidas para cada paciente. Quem não quis montar pôde jogar argolas ou fazer penteado nos animais. A égua Luziânia, mestiça de crioulo com seis anos de idade, transportou as crianças com ar de quem entendia responsabilidade. A imponente alazã atua nas ruas de Goiânia conduzida por uma policial e deixou as crianças do HMAP maravilhadas por sua beleza e docilidade.

O outro equino foi o quarto-de-milha Valparaíso, de 10 anos, que está aposentado do patrulhamento, mas ainda trabalha nos serviços de Passeio Interativo Guiado (PIG). Extremamente tranquilo, o cavalo interagiu muito com as crianças e, depois, pastou mansamente no gramado enquanto recebia afagos das mãozinhas que também entregavam cenouras para ele. Forte e de médio porte, Valparaíso mordiscava os legumes com delicadeza como se quisesse tranquilizar os pequenos.

Os dois cavalos foram levados, conduzidos e cuidados pelo 2º sargento Mozart, o 3º sargento Melo e o cabo Sérgio, todos do Regimento de Cavalaria da Polícia Militar de Goiás. Acostumados com os bichos de cerca de 500 quilos, os três militares foram essenciais para o sucesso da empreitada, dando todo o suporte necessário e – como evitar? – se emocionando com o resultado da interação com as crianças.

Dia das Crianças inesquecível

Clemilde Oliveira Cunha, moradora do Jardim Boa Esperança e mãe do paciente Alan, de 12 anos, internado há duas semanas na enfermaria, estava muito satisfeita vendo a alegria do filho com os cavalos: “Aqui ele se distraiu. Isso ajudou bastante. Esse hospital foi uma bênção para o meu filho. Ele está sendo muito bem cuidado. E achei interessante essa novidade de cavalos visitarem um hospital. Nunca tinha visto isso.”

Alan estava radiante: “Foi a primeira vez que montei num cavalo. Tive medo no começo por causa dos dentes grandes deles quando mascavam as cenouras. Depois vi que eram mansos e quando o tio me convenceu a montar, eu fui de boa. Quando disseram que teria cavalo aqui, hoje, eu não imaginei que seria de verdade. Pensei que seria gente fantasiada. Bom demais eles estarem aqui.”

Um dos inúmeros momentos de forte emoção foi quando Kaiky Oliveira, 12 anos, que está na UTI há 46 dias, desceu para o gramado sem saber o que esperava. Depois de tanto tempo, recebeu alta da UTI para a enfermaria e ganhou de presente o passeio. Aliás, cavalo não é novidade para ele. Kaiky tem cavalo na casa onde mora na Bahia. Mas encontrar os equinos no HMAP foi um momento especial, uma quebra na rotina de tratamento convencional. Valdiva Pereira, a mãe do garoto, quis surpreendê-lo e não revelou o que o esperava no gramado do hospital. Vindos de Tabocas do Brejo Velho (BA), mãe e filho ficaram muito emocionados.

“A sensação é a melhor de todas, passou todo o medo e agonia. A equipe é maravilhosa, foram enviados por Deus para o meu filho. Parece que a cada dia os funcionários chegam aqui com mais vontade de trabalhar e de fazer mais pelos pacientes. São maravilhosos. E agora, ver o Kaiky montado, ele que adora roça e cavalos… esse será para sempre um Dia das Crianças inesquecível para ele”, afirmou ela sem conseguir conter as lágrimas.

Foco no cuidado com as pessoas

“O objetivo do HMAP é o de humanizar cada vez mais o ambiente hospitalar, vendo o paciente de forma integral, em todas as dimensões: física, psicológica, social, religiosa. Queremos que os pacientes de Aparecida de Goiânia tenham a melhor experiência possível. Os cavalos são uma ferramenta muito importante para isso. Trazem alegria, descontração, mas também ajudam a acessar o paciente de forma diferente e muito profunda”, disse o diretor geral do HMAP, Felipe Piza, idealizador do projeto.

O diretor ainda ressaltou que “Nós, da gestão Einstein, temos por missão fazer sempre mais e melhor pelos pacientes e colaboradores. Nossa equipe foi treinada para esse dia na Ativida Equoterapia. A gente sabe que esse tipo de iniciativa ajuda os pacientes que não conseguem mais andar ou que têm dificuldade de locomoção por acidente ou por alguma questão do próprio nascimento. Ajuda também na saúde mental. Foi um privilégio fazer algo pioneiro na cidade. Não é habitual trazer um cavalo para dentro do hospital.”

Piza ainda acrescentou que as crianças foram a prioridade nesse dia festivo, mas “a ideia é expandir para os pacientes em cuidados paliativos e para os mais críticos. Depois, iremos além dos muros do hospital. Os benefícios da equoterapia são inestimáveis. Hoje, tivemos aqui uma paciente que não consegue mais andar. Ao montar, ela simulou uma posição tridimensional, parecida com o ato de andar, relembrando o cérebro os movimentos que fazia anteriormente.”

O terapeuta ocupacional Thiago Andrade considerou a experiência fantástica: “Nosso objetivo era o de quebrar um pouquinho o padrão hospitalar trazendo animais de grande porte como mais um recurso terapêutico educacional e de inserção social. Os cavalos chamam muita atenção pelo tamanho e docilidade. Poder oferecer a essas crianças uma sensação e uma vivência que não são dadas no ambiente hospitalar é magnífico.” A Ativida fica na BR 153, no Setor Copacabana.

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