Prevalência da variante Delta se mantém estável em Aparecida

Por Camila Godoy

30 de agosto de 2021

Por Camila Godoy

30 de agosto de 2021


Foto: Arquivo Secom

De julho pra cá, mais de 90% dos sequenciamentos realizados são referentes à variante Gamma e 8% são Delta. Linhagem P.1.7 tem crescido e acende alerta

O Programa de Vigilância Genômica do Sars-CoV-2 continua em Aparecida de Goiânia, que somente nesta semana analisou mais de 100 amostras de testes RT-PCR de pacientes diagnosticados com covid na cidade. Assim, o município totaliza 1.482 sequenciamentos realizados. O trabalho é responsável por identificar como está a circulação das variantes do novo coronavírus no território municipal. As análises desta semana demonstram que a prevalência da variante Delta se mantém estável, na casa dos 8%, com 26 casos confirmados até agora. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), do início de julho para cá, duas variantes de preocupação internacional circulam pela cidade: delta e gamma.

Das amostras sequenciadas nesse período, 92% são linhagens da gamma e 8% delta. Dos 26 pacientes identificados com esta última variante, todos foram sintomáticos, três precisaram de internação e um foi a óbito. Por meio do Programa Municipal de Vigilância Genômica, Aparecida comprovou ainda 15 casos de reinfecção. Desses, nenhum paciente precisou de internação ou faleceu.

Alerta

A SMS identificou, também, que uma linhagem da variante gamma tem crescido no município: a P.1.7, que já alcança a média de 48% de prevalência nas últimas sete semanas, correspondendo a 60% das amostras analisadas entre os dias 15 e 21 de agosto. A pasta está monitorando a situação. “Essa nova linhagem da Gamma tem se mostrado com uma importante capacidade de disseminação em nosso município. Ainda não é possível dizer se ela é mais letal e se causa mais internações, mas estamos acompanhando sua evolução com preocupação”, afirma o secretário de Saúde de Aparecida, Alessandro Magalhães.

O gestor lembra ainda que a estabilidade da prevalência da variante delta não é motivo para tranquilidade: “Apesar de todos os esforços na contenção e rastreamento dos casos, já existe transmissão comunitária da variante delta em Aparecida. Por isso, precisamos estar atentos porque em outros lugares do mundo ela se mostrou muito contagiosa”.

O médico e diretor do laboratório que realiza os sequenciamentos de Aparecida, Fernando Vinhal, acredita que nas próximas semanas será possível acompanhar uma verdadeira disputa entre as variantes delta e gamma P.1.7.

O Programa

Em Aparecida, todas as amostras de material coletadas em moradores para realização do RT-PCR, exame padrão-ouro para diagnóstico da covid, são armazenadas no laboratório responsável. Como a cidade realiza testagem em massa desde abril do ano passado, o município conta com mais de 364 mil amostras disponíveis, um banco de dados muito rico que passou a ser objeto de estudo pelo Programa de Sequenciamento Genômico da Prefeitura. Assim, toda semana, a SMS seleciona amostras para serem analisadas.

A diretora de Avaliação de Políticas de Saúde de Aparecida, Érika Lopes, explica que os materiais que passam pelo sequenciamento precisam ter uma carga viral mínima e são selecionados conforme os seguintes critérios: pacientes com suspeita de reinfecção, pacientes de baixo risco que precisaram de internação e pacientes aleatórios, agrupados por semana epidemiológica.

O Programa, que analisa a informação genética contida nas amostras selecionadas, é considerado a maior estratégia de vigilância genômica já realizada em uma cidade brasileira segundo a plataforma internacional GISAID, entidade com banco de dados sobre genomas de vírus. A nível local, as informações obtidas com os estudos auxiliam a Prefeitura na definição das estratégias de enfrentamento à pandemia.

“Enquanto o Sars-CoV-2 estiver circulando, infectando e reinfectando pessoas, ele sofre mutações. Como algumas variantes têm um maior poder de adaptação gerando novas linhagens mais infectantes, letais ou com escape imunológico, é muito importante identificar e monitorar a circulação do vírus. Assim, teremos condições de entender o seu comportamento e traçar ações de combate”, explicou Érika Lopes.

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